Mesmo aqueles que reconhecem não ter feito grande esforço de estudo dizem que o exame era fácil, como André Cordeiro, para quem fácil mesmo “foi a parte da gramática”. Já as professoras de Português da escola ouvidas pela Lusa consideraram a prova “bastante equilibrada”.
Isabel Policarpo diz que a prova tinha “a gramática talvez um bocadinho mais difícil do que nos anos anteriores, mas de uma maneira geral, era acessível e equilibrada. Nem muito difícil, nem muito fácil”.
A explicação para a atitude dos estudantes é simples, segundo Isabel Policarpo: “Vêm nervosos, com uma expectativa, tudo é desconhecido, é o seu primeiro exame”, e depois quando vêem a prova e percebem que afinal não é assim tão difícil.
Para a professora Helena Augusta, esta atitude é um clássico: “Todos os anos é a mesma coisa. Saem com a sensação de que o exame é mais fácil do que os testes que realizam ao longo do ano, porque fazem testes de matéria só do 9.º ano e o exame nacional reflecte a matéria de todo o ciclo”.
“Para o exame preparam-se um bocadinho mais, estudam mais, é bom haver exames nem que seja só para isso, para se preocuparem um bocadinho mais”, diz a professora.
André Lourasso, com um sotaque espanhol, filho de pai mexicano, é muito crítico quanto à dificuldade destes exames nacionais. “A prova é fácil de mais para alunos do 9.º ano. Não devíamos fazer provas tão fáceis porque o grau de educação de Portugal está a descer muito e é mau para o país”.
“Portugal tem descido o nível das provas nos últimos anos para depois apresentar dados positivos à União Europeia”, acrescenta o aluno da Delfim Santos. André diz mesmo que neste exame havia “perguntas que se não respondesse na 2.ª classe levava porrada, até um miúdo do 5.º ano conseguia fazer isto”. Também Ricardo Rosa fala em perguntas “acessíveis de mais”, porque aquilo que viu “foi muito básico”.
“O grau de exigência devia ser mais elevado, para as pessoas estudarem mais”, diz Ricardo, que tem muitas dúvidas quanto à medida recentemente apresentada de um aluno retido no do 8.º ano poder fazer os exames do 9.º e assim passar para o 10.º.
“Se eles (alunos que chumbaram no 8.º) estudarem mesmo e tiverem positiva, têm mérito, mas acho que a maior parte deles não vão conseguir. É uma medida que não tem muita lógica”, afirmou.