
15.06.2010 - 18:59 Por Lusa
O PS manifestou-se hoje contra a proposta do PSD de alargar os contratos a prazo, considerando que essa legislação seria "imprópria" de um país civilizado e contribuiria para uma maior conflitualidade social.
A reacção do PS à proposta dos sociais-democratas foi transmitida à agência Lusa pelo vice-presidente da bancada socialista Strecht Ribeiro, que deixou duras críticas ao presidente do PSD, Pedro Passos Coelho.
"Para a agenda liberal da direcção do PSD, esta proposta ainda é tímida, mas percebe-se que Pedro Passos Coelho não queira ainda dizer toda a verdade e se esconda na roupagem da transitoriedade", comentou Strecht Ribeiro, numa alusão ao facto de o PSD pretender que a maior flexibilidade nos contratos a prazo e a termo se prolongue apenas até 2014.
Strecht Ribeiro recusou depois a tese de Pedro Passos Coelho de que estas alterações nos contratos a prazo não obrigariam a qualquer mudança no actual Código de Trabalho.
"A alteração dos contratos a prazo teria obrigatoriamente de mudar o Código de Trabalho. Julgava que Pedro Passos Coelho era um pouco mais sério do ponto de vista político, mas ver ela agora uma grande dualidade", considerou ainda o dirigente da bancada socialista.
Para o dirigente do Grupo Parlamentar do PS, a concretizar-se a introdução de uma maior flexibilidade na contratação, "abriria a porta à aleatoriedade e a uma maior conflitualidade social".
"Não me parece nada razoável que, em período de crise, se desequilibre um dos partos da balança em prejuízo dos trabalhadores", disse, defendendo que nesta conjuntura "Portugal precisa de um pacto social".
"Penso também que no actual Código de Trabalho, que tem um ano de vigência, há mecanismos de adaptabilidade que permitem contribuir para o aumento da produtividade, sobretudo em termos de adequação entre a oferta e a procura", acrescentou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.