O novo Governo conservador do Reino Unido vai acabar com a Financial Services Authority (FSA), devolvendo os poderes de regulação do sistema financeiro ao Banco de Inglaterra, que sai reforçado.
O Banco de Inglaterra fica reforçado
(Stephen Hird/Reuters (arquivo))O novo ministro das Finanças, George Osborne, disse hoje em entrevista à rádio BBC que o actual sistema de supervisão financeira não permitiu ter a noção dos riscos antes da crise financeira mundial. Osborne citou o Royal Bank of Scotland (RBS) como um dos exemplos onde a supervisão falhou.
“Ninguém no sistema de regulamentação, disse ‘vamos dar uma olhada no RBS, vamos ver a sua exposição às dívidas hipotecárias de alto risco norte-americanas”, disse o responsável.
O Banco de Inglaterra vai assim readquirir poderes para regular o sistema financeiro privado, acumulando com as suas funções habituais.
Regulador não impediu crise
A Autoridade de Serviços Financeiros (FSA, na sigla inglês), que regulamenta o sistema financeiro britânico, foi alvo de pesadas críticas por não ter conseguido impedir a crise financeira.
Este é o golpe final no chamado sistema tripartido – Banco de Inglaterra, Autoridade dos Serviços Financeiros e Tesouro – criado pelo governo trabalhista britânico em 1997.
Quanto à FSA, boa parte das suas atribuições será passada para o Banco de Inglaterra enquanto outras serão distribuídas por outras entidades.
Para Osborne, a crise financeira que colocou o Reino Unido na maior recessão desde 1930 mostrou que é necessário centralizar a supervisão dos sectores público e privado numa única entidade, o Banco de Inglaterra.
A revisão do sistema de regulação e a entrega de novas competências de supervisão ao Banco de Inglaterra foi um elemento-chave da campanha eleitoral dos conservadores.