O despedimento de 200 trabalhadores confirma a degradação da Investvar que, depois de duas décadas de crescimento, passou de maior exportador nacional de calçado a um acumular de dívidas que levou à intervenção estatal.
No final de 2008, chegaram à comunicação social os primeiros sinais de uma crise testemunhada pelos salários em atraso e à medida que os prejuízos de acumulavam deteriorava-se a relação com os donos da marca Aerosoles, cujo contrato de representação viria a chegar ao fim a 28 de fevereiro passado.
Antes disso, o Governo, que através das capitais de risco injectou dinheiro na Investvar, tornando-se no maior accionista, escolheu o Fundo de Recuperação de Empresas para implementar a estratégia de viabilização da Investvar e impedir a perda de postos de trabalho.
“Estão neste momento reunidas as condições fundamentais para termos uma empresa que seja sustentada e viável, actuando naquilo que sabe verdadeiramente fazer e fazia bem: uma empresa industrial na área do calçado”, disse então à agência Lusa o secretário de Estado Adjunto da Indústria e do Desenvolvimento, Fernando Medina.
Jorge Pereira da Costa foi o nomeado para administrar o futuro do grupo, que entretanto apresentou várias empresas à insolvência com o objectivo de, justificou, “permitir a recuperação, reestruturação e relançamento das actividades das empresas”, sendo que falta decidir o futuro da DCB, a maior unidade de produção de calçado do grupo, que está à venda em processo de insolvência por um valor base de 2,7 milhões de euros, até ao final deste mês.