Em declarações à Lusa, Carlos Pinto de Abreu, presidente do Conselho Distrital de Lisboa da OA acusa Martinho Pinto de falta de respeito para com os licenciados em Direito. E estranha também que o bastonário faça considerações sobre o resultado dos exames, uma vez que as notas ainda nem sequer foram publicadas.
“Não comento faltas de respeito e nunca pensei que tal pudesse existir na Ordem dos Advogados. E, ao que sei, nenhum dos candidatos sabe as notas. As notas não foram publicadas”, afirmou, em declarações à Lusa, Carlos Pinto Abreu, presidente do Conselho Distrital de Lisboa da OA.
“Ninguém se trata assim. São pessoas licenciadas que merecem respeito e aqui houve alguém que não respeitou. Não a Ordem, porque a Ordem que eu conheço nunca faria isto”, disse ainda Carlos Pinto Abreu, acrescentando que o exame é da “responsabilidade única e exclusiva do bastonário”, uma vez que a sua implementação foi decidida “à margem de todos os conselhos distritais”.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente do Conselho Pedagógico da Universidade de Direito da Universidade de Lisboa, acha que o balanço de Bolonha não deve ser já feito: “Eu esperaria mais algum tempo até ver o que é que deu Bolonha. Eu tenho colegas que são muito críticos em relação a Bolonha. Bolonha, por exemplo, não é adoptado nas principais faculdades alemãs, algumas italianas que adoptaram deixaram de adoptar. Portanto, mesmo lá fora é muito discutido”.
“Eu esperaria algum tempo para ver a prova final, porque admito que Bolonha prove melhor nalguns cursos técnicos do que em humanidades e do que em Direito, sobretudo no acesso a certas profissões. Até por isto: é que as cadeiras práticas, algumas delas que, porventura, são importantes para a avaliação numa Ordem dos Advogados, se não no todo, ao menos em parte, estão, não na licenciatura mas no mestrado”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.