No final de uma audiência na Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Rui Pereira disse aos jornalistas que é da Polícia Judiciária (PJ) a competência da investigação do roubo de cerca de meia tonelada de explosivos na região de Nelas, Viseu, escusando-se, por isso, a pronunciar-se sobre o caso, em que a PJ descarta para já qualquer relação com a ETA.
No entanto, adiantou que a “ PSP, a GNR e o próprio SEF têm todas as orientações para cooperarem com a PJ para descobrirem rapidamente o que aconteceu”.
Rui Pereira, cujo ministério tutela o Departamento de Armas e Explosivos da PSP, que fiscaliza o fabrico, armazenamento, comercialização, uso e transporte de armas, munições e substâncias explosivas, e assegurou que as autoridades portuguesas e espanholas estão em cooperação “a todos os níveis”, sublinhando que está em “contacto permanente” com o seu homólogo espanhol, Peres Rubalcaba.
No domingo passado, foram furtados 500 quilos de gelomonite e cordão detonante no concelho de Canas de Senhorim, Nelas. Fonte oficial da Polícia Judiciária disse em declarações ao PÚBLICO que os explosivos devem ter sido roubados por criminalidade comum, descartando a eventualidade de os explosivos poderem ter como destino a ETA, organização terrorista basca.
As instalações de onde foi roubada a meia tonelada de explosivos não estavam guardadas, o que contraria as normas definidas para a segurança dos paióis e terá facilitado a acção dos assaltantes. A elevada quantidade de explosivos roubada levou a Unidade Nacional Contra o Terrorismo PJ a accionar os canais de comunicação com as autoridades espanholas responsáveis pelo combate ao terrorismo da ETA, que tem promovido assaltos em pedreiras em Espanha e em França.