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Feriados: episcopado disponível para dialogar

Bispos não querem o nome “católico” nas presidenciais

17.06.2010 - 16:50 Por António Marujo

Os bispos católicos não querem que haja grupos a reivindicar a sua condição de “católicos” no processo de definição de candidaturas presidenciais. “Não gostaria de ouvir o nome de ‘católico’ nessas coisas”, disse o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga.
“Não existe nenhuma campanha com homilias”, garantiu D. Jorge Ortiga “Não existe nenhuma campanha com homilias”, garantiu D. Jorge Ortiga ()

No final da assembleia plenária extraordinária que decorreu hoje em Fátima, no final das jornadas pastorais do episcopado, o arcebispo de Braga respondeu a uma pergunta sobre as movimentações que se têm verificado em sectores de direita para tentar encontrar uma alternativa a Cavaco Silva para as eleições presidenciais.

“Pode ser até [um texto] feito por um padre, que o põe a circular, mas não se pode falar de uma atitude da Igreja”, disse o presidente da CEP, referindo-se também à notícia do "DN" de sábado passado, de que haveria um “guião” sobre o tema para as homilias dos padres portugueses. “Não existe nenhuma campanha com homilias”, garantiu.

Nas jornadas pastorais, os bispos debateram um documento de trabalho sobre a reorganização da Igreja em Portugal. No texto, admitem que a sociedade é “cada vez mais secularizada e, por vezes, secularista, abafando ou denegrindo o valor e a influência pessoa e social da religião, da fé cristã e da Igreja”. E, mais à frente, dizem que há uma “diminuição da relevância da Igreja”.

Durante as jornadas, os bispos debateram também alguns sinais preocupantes da actual situação portuguesa, disse D. Jorge. “O desemprego, os sinais de ostentação, o pouco espírito de poupança”, foram alguns factores referidos a propósito da actual situação sócio-económica.

Em relação à eventual supressão de feriados religiosos, os bispos remetem qualquer decisão para um diálogo institucional entre Portugal e o Vaticano, tal como previsto na Concordata. Para já, os bispos manifestam-se disponíveis para dialogar sobre o assunto.

O documento de trabalho que agora os bispos pretendem que todas as dioceses, movimentos e serviços da Igreja ponham em marcha pretende terminar, em Novembro do próximo ano, com a definição de um plano conjunto da Igreja em Portugal. Não sendo a primeira vez que existe tal tentativa, será a primeira vez que um tal desiderato é posto em prática, facto destacado pelo presidente da CEP.


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