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Vice-governador garante que foi dado tempo suficiente para encontrar solução para o banco

Banco de Portugal não encontra razões para as queixas dos accionistas do BPP

17.06.2010 - 08:59 Por Cristina Ferreira

Os accionistas do Banco Privado Português (BPP) são quem tem menos razões para se queixar do "tempo" que a autoridade de supervisão levou a decretar o encerramento da instituição [18 meses], disse ontem o vice-governador do Banco de Portugal (BdP).

Pedro Duarte Neves revelou ainda que o valor do empréstimo de 450 milhões de euros concedido pela banca com aval do Estado (e já executado) corresponde apenas a 80 por cento dos activos do BPP.

"Quem tem menos que se queixar pelo tempo que o processo demorou são os accionistas", disse o vice-governador de Carlos Costa, e que no BdP tem o pelouro da supervisão. Duarte Neves respondia a questões colocadas pelos deputados que mencionaram as críticas efectuadas pela Privado Holding, dona do BPP, à acção do regulador e do Governo na resolução dos problemas da instituição fundada por João Rendeiro. Em entrevista ao PÚBLICO, Diogo Vaz Guedes, da Privado Holding, considerou que houve má-fé por parte das autoridades que, segundo ele, nunca estiveram abertas à possibilidade de equacionar uma solução para viabilizar o banco. A Privado Holding e as autoridades mantiveram contactos durante mais de um ano.

"Foi dado tempo aos accionistas para encontrarem uma solução que viabilizasse o banco", o que não aconteceu, observou Duarte Neves, quando respondia às questões dos deputados colocadas no quadro da audiência anual do regulador no Parlamento. O vice-governador explicou ainda que as contragarantias [de 672 milhões de euros] exigidas pelo Estado ao BPP para dar o aval ao financiamento bancário, de 450 milhões de euros, "excedem o valor dos empréstimos". Ou seja, segundo o BdP, os activos existentes no banco são superiores em 20 por cento ao valor do empréstimo.

Ontem, o Jornal de Negócios revelou que os seis bancos [CGD, BCP, BES, BPI, Santander e CCAM] que, no final de 2008, emprestaram 450 milhões ao BPP executaram já o aval do Estado. O Ministério das Finanças terá agora de executar as garantias para reaver a verba.

Sobre o "reforço do papel dos bancos centrais na supervisão bancária", o vice-governador disse que as iniciativas que estão a ser adoptadas a nível europeu são resultado da crise financeira mundial. Em Portugal, entre outras medidas, o BdP decidiu colocar equipas permanentes de inspecção nos oito maiores bancos nacionais [CGD, BCP, BES, Santander Totta, BPI, Banif, Montepio Geral, CCAM] . O BdP "desenvolve inspecções permanentes nos bancos", processo "iniciado em Maio de 2009, encontrando-se em curso seis acções deste tipo".

Sobre a evolução do sistema financeiro nacional, o vice-governador referiu que "há claramente perspectivas difíceis para o crescimento do sector e para a sua rentabilidade", situação "que se regista ao nível europeu". E recordando que "os aumentos de capital realizados pelos bancos portugueses em 2009, quando existia acalmia no mercado", deram alguma folga às instituições, realçou, todavia: "Estamos a viver a terceira fase da crise mundial, uma crise da dívida soberana, e que ainda não terminou". As "dificuldades não estão a ser sentidas apenas pelos bancos portugueses" e ainda esta semana "o CEO do BBVA veio dizer que os mercados financeiros "estão encerrados" para os bancos e para as empresas espanhóis.


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