
17.06.2010 - 09:52 Por PÚBLICO
O chefe de Estado da Síria, Bashar al-Assad, acusou o Governo de Israel de ser “piromaníaco” e ter arriscado uma guerra ao atacar, há duas semanas, uma frota de navios com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
O raide da Marinha israelita aos barcos que tentaram furar o bloqueio – de que resultou a morte de nove activistas turcos – “destrui todas as possibilidades de paz [na região] num futuro próximo”, avaliou Assad numa entrevista à televisão britânica BBC hoje transmitida.
Para o Presidente sírio – cujo país é tido como um aliado dos movimentos político militares islamistas Hamas (na Faixa de Gaza) e Hezbollah (no Líbano) – o ataque de Israel aos barcos de ajuda humanitária, a 31 de Maio, “prova que o Governo [israelita] é um Governo piromaníaco, e não se pode fazer a paz com um Governo assim”.
“É claro e óbvio que não temos um parceiro para a paz” na região, avaliou ainda, sublinhando que, mesmo antes do raide à frota, não julgava ser possível negociar a paz com o Executivo liderado por Benjamin Netanyahu. “Com este Governo a situação é diferente de como o era com qualquer outro Governo anterior em Israel”.
Questionado se o ataque israelita à frota de ajuda humanitária aumentou os riscos de guerra no Médio Oriente, Assad expressou-se sem hesitações: “Sem dúvida nenhuma”. “Mas, sendo realistas, tínhamos esse risco anteriormente porque já então havia outras provas das intenções daquele Governo, das suas intenções em relação à paz, das suas intenções no que toca aos palestinianos, nas suas intenções de matar os palestinianos”, avançou ainda.
O Presidente sírio negou veementemente, por outro lado, estar a enviar armas para o Hezbollah, contrariando as preocupações expressas por muitas potências ocidentais.