O antigo Presidente da República Mário Soares afirmou ontem à noite que não está pessimista em relação à crise que a Europa atravessa e mantém a esperança de que esta será resolvida e ultrapassada “com bom senso”.
Mário Soares sublinhou que se não tivéssemos aderido à UE e, consequentemente, à moeda única, estávamos na bancarrota (Carlos Lopes)
Na intervenção que proferiu na Póvoa de Varzim, durante uma conferência que visou assinalar o centenário da implantação da República, Soares defendeu ainda que “a Europa tem de continuar a ser a referência do melhor, do mais progressista e humanitário” que há.
Mário Soares, que se afirmou como “republicano, socialista e laico”, explanou a História de Portugal, desde 1910 até ao presente, explicando que se viveram duas repúblicas e uma ditadura, sendo que esta última foi derrubada “com um golpe militar”.
Em relação à situação actual, que acredita ser ultrapassável, Mário Soares, reconheceu existir uma “grande crise financeira, económica, social e civilizacional”, que “nada tem a ver com governos, mas com a situação internacional”.
Instado pelo público sobre a especulação que, por vezes, surge em relação ao euro, Mário Soares sublinhou que se não tivéssemos aderido à União Europeia e, consequentemente, à moeda única, “estávamos na bancarrota”.
Este ciclo de conferência que agora começou na Póvoa de Varzim é organizado pelo jornal centenário local “O Comércio da Póvoa” em parceria com a câmara municipal.